segunda-feira, 25 de dezembro de 2017

A História do Natal

   As festividades natalinas representam, nos dias atuais, um momento sublime onde a bondade e o altruísmo invadem as casas, promovendo reuniões de família e solidariedade entre as comunidades.
   Além do tradicional "espírito natalino", a festividade é conhecida, principalmente, por celebrar o nascimento de Jesus. Sendo este um dia de glórias e bençãos para o mundo. Todos que conhecem a festividade, conhecem também a possibilidade de que o dia 25 de dezembro não seja de fato o dia do nascimento de Jesus, mas nem todos sabem que nada nessa história é por acaso.
Pintura representando o nascimento de Jesus, principal conceito das festividades de natal.


A Origem das Tradições de Natal

   As raízes do natal cristão começaram a se plantar em Roma no início do século IV, quando o então imperador Constantino(272 - 337) adotou o cristianismo como sua única religião. A data 25 de dezembro também foi firmada pelo imperador Constantino, que a escolheu por que no mesmo dia eram comemoradas as festividades pagãs relacionadas ao deus sol. O "Dia do Nascimento do Sol Invicto" era a festa pagã comemorada após o solstício de inverno. A festa era muito importante para o povo, pois marcava a passagem da maior noite do ano e retorno do crescimento dos dias. Foi daí que os clérigos da igreja católica decidiram por esta data como simbolo do nascimento de Jesus, uma forma muito inteligente de converter os pagãos ao cristianismo sem agredir sua realidade.
Fragmento de uma estátua colossal de Constantino
   O cristianismo consolidou as bases de sua desenfreada acensão aos confins do século IV. No ano de 380 D.C o imperador Teodósio I (346-395) reconheceu o cristianismo como religião oficial do Império Romano. Uma vez que Roma já era oficialmente um território cristão, era a hora de alcançar mais fieis.
Moeda de Teodósio I

   A busca por novos fieis fez com que as festividades do natal absorvessem características de outras festas pagãs, isso aconteceu porque assim como os romanos, praticamente todos os povos pagãos do hemisfério norte comemoravam alguma festividade religiosa em louvor ao renascimento do sol, após o solstício de inverno.

Yule

   As características do Yule são as mais fortes presentes até os dias atuais nas comemorações de natal, pois a grande maioria da população européia do século IV seguia um padrão muito comum do paganismo. Mesmo existindo pequenas diferenças entre as religiões de cada país, uma coisa os mantinha ligados: o culto a natureza e, consequentemente, o calendário agrícola, logo todos festejavam também o Yule, festa de culto ao renascimento do sol, após a maior noite do ano, o solstício de inverno. 
   Não demorou muito para que a festa cristã conquistasse os pagãos, pois a festa trazia a mesma ideia, o nascimento de uma criança que representa o sol, a luz da vida. Além dos fatores religiosos, o cristianismo procurou manter aspectos referentes ao paganismo europeu, tais como o pinheiro enfeitado, que na Europa medieval era enfeitado com velas, comidas, bolas coloridas e no topo um pentagrama, representando a bruxaria natural, enquanto o cristão trocou as velas e comidas por mais enfeites e o pentagrama substituído pela estrela, representando o menino Jesus.
Um forte símbolo nas comemorações de Yule é o uso de velas em três cores específicas: Brancas, vermelhas e pretas.

   Outra referencia importantíssima ao paganismo europeu são os coros de natal que sempre vemos, por exemplo, em filmes, onde um grupo de pessoas vai de porta em porta cantando músicas natalinas, com intuito de espalhar a paz, a bondade e as bençãos através das músicas. Uma prática muito parecida era feita pelos pagãos na Europa, onde bonecas de milho eram levadas de casa em casa com canções tradicionais de yule, com o mesmo intuito de levar as bençãos da dos deuses as pessoas. 
   A iluminação por todos os lados, que hoje vem através dos pisca-pisca também é uma características do yule, pois em todas as festas pagãs de yule o tema principal é a luz.

   Até aqui nós já entendemos muito de como se estruturou o natal que conhecemos hoje, de onde vieram suas influências e como o interesse político pesou fortemente sobre essa festividade, fato que faz com que muitos cristãos de vertentes mais rígidas nem ao menos comemorem o natal, justamente por saberem que se tratam de datas forjadas e práticas pagãs, mas no geral o natal continua sendo a maior festa cristã do mundo.
   Agora vamos saber mais sobre como o bom velhinho se encaixa nisso tudo.

O Papai Noel e o Natal

   O Papai Noel, assim como tudo nas festividades de natal, também foi fruto da miscigenação religiosa. A história mais famosa e difundida é a de São Nicolau. De acordo com os relatos históricos, São Nicolau era um monge turco que viveu durante o século IV. A tradição cristã conta que o clérigo ajudou uma menina a não ser vendida pelo pai, segundo as histórias ele teria jogado ao pai da garota um saco cheio de moedas de ouro, pagando pelo dote de casamento e deixando-a livre. O grande "presente" dado a garota foi o que consagrou São Nicolau, contudo, sua santificação só foi reconhecida pela igreja católica cerca de 5 séculos depois.
Pintura antiga de São Nicolau sendo representado próximo a crianças, uma clara referência ao seu papel cultural.

   A ligação entre o ato altruísta de São Nicolau e distribuição de presentes foi fruto de uma estranha fusão entre sua história e uma antiga lenda dos povos escandinavos e germânicos: O Velho Inverno. Segundo as crenças pagãs, dias antes do solstício de inverno, um velho moribundo visitava as casas e pedia comida e abrigo, e aqueles que o atendessem com bondade e amor, seriam recompensados com um inverno mais ameno. A lenda era muito forte, pois nada era tão terrível para aquelas pessoas quanto um inverno rigoroso, e o Velho Inverno era uma forma de amenizar as tantas dores trazidas naquela estação.
   Antes mesmo de São Nicolau ser santificado pela igreja católica o dia 06 de dezembro já havia se tornado o dia em que as crianças aguardavam ansiosamente pelo velhinho barbudo, em trajes marrons de inverno, que trazia presentes para as crianças boas.
Ilustrações antigas de São Nicolau carregando muitos brinquedos para doar as crianças.

A Relação do Natal com o Comércio

   Com a chegada da modernidade, o que passou a mover tudo no mundo foi o comércio, a industria do marketing aprendeu a tornar tudo em fonte de lucro, e assim como a igreja católica usou a crença popular para converter novos fieis, a industria também a usou para ganhar uma fonte de imensos lucros. O grande foco sempre foi a entrega dos presentes do Papai Noel, onde comércio de brinquedos e roupas infantis fervia em vendas.
   O que já era um grande motor das industrias se tornou ainda mais abrangente e expressivo no século XX, quando em 1931 Haddon Sundblom, funcionário da empresa Coca-Cola, se inspirou em uma arte feita no século XIX por Thomas Nast, onde o velhinho era retratado em trajes vermelhos com bordas brancas e pomposas, e usava botas e um cinto preto. O padrão de cores era exatamente o padrão usado pela empresa. A campanha foi um sucesso tão poderoso que consagrou de maneira definitiva o bom velhinho na imagem que conhecemos hoje.
Imagem usada na campanha publicitária da coca-cola em 1931.


O Natal no Hemisfério Sul

   Apesar de o natal ter sido incorporado as festas pagãs referentes ao solstício de inverno, ela é comemorada na mesma data em qualquer parte da terra, o que, se olhado nessa perspectiva, seria um erro, pois o solstício de inverno no hemisfério sul acontece entre os dias 21 e 22 de junho. Então porque nosso natal também é em dezembro? A resposta é simples: quando o cristianismo chegou aos países do hemisfério sul, seu poder sobre as nações e suas datas comemorativas já estavam consolidadas, por isso a data de natal é a mesma em qualquer lugar do mundo.

Conclusão

   No fim, tudo que rodeou o desenvolvimento dessas festas foram interesses de pessoas focadas em poder ou lucros, causando uma certa distorção na história sócio-cultural. Mas apesar de tudo, podemos respirar aliviados, pois muitas pessoas ainda usam essa data como um motor para fazer o bem. Certamente seria muito melhor se não houvesse a corrupção dos setores do comércio, mas infelizmente, não podemos fazer muito à respeito, apenas não alimentar esse sistema.



  Então é isso aí! Espero que tenham gostado, e obrigado por ler até aqui! Me diga oque você achou dessa história? Deixe sua opinião aí nos comentários e compartilhe essa matéria com os seus amigos!

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